domingo, 14 de julho de 2013

Curitibanas, vadias e clandestinas!

Antes de qualquer coisa, vamos fazer uma breve explicação sobre a utilização do termo "vadia".

A Marcha das Vadias ou Slutwalk teve início no Canadá, quando um policial, que realizava uma palestra sobre prevenção ao crime e segurança, afirmou que "as mulheres deveriam evitar se vestir como vadias, para não serem vítimas de ataque". A afirmação gerou uma revolta imediata, pois a colocação do policial transfere a culpa do estuprador para vítima, sugerindo que a maneira como a mulher se veste é uma das principais causas para que o estupro aconteça.

A primeira Slutwalk aconteceu em Toronto, no Canadá, no dia 03 de Abril de 2011, tendo como principal reivindicação o fim da culpabilização da vítima nos casos de agressão sexual. Em pouco tempo o movimento começou a se espalhar por outros países e também chegou no Brasil. Já no ano de 2011 diversas passeatas aconteceram no país e no ano de 2012 a Marcha das Vadias tomou maiores proporções e ganhou mais força, sendo que 20 cidades brasileiras organizaram uma marcha com caráter nacional.  

O termo "vadia" é de fato polêmico, mas engradece a marcha e faz com que ela tenha muitos efeitos positivos. A palavra "vadia" vem sendo utilizada pelo machismo para justificar a violência e oprimir as mulheres, "apanhou porque é uma vadia", "foi estuprada porque estava vestida como uma vadia", "transou no primeiro encontro, é uma vadia". Por causa dessas e de outras milhares de afirmações o termo "vadia" foi apropriado pelas mulheres que condenam toda a opressão causada pela machismo, afinal, se poder usar a roupa que queremos, se poder transar no primeiro encontro, se poder dizer um não para um cara, SE PODER SER LIVRE é ser vadia, NÓS SOMOS TODAS VADIAS!


Créditos: Maringas Maciel

Bom... acredito que essa introdução facilita o entendimento sobre a Marcha e sobre sua origem. Agora pretendo falar das minhas impressões sobre a Marcha das Vadias de Curitiba e sobre a importância do movimento.

Ontem, 13 de julho de 2013, Curitiba teve sua 3ª Marcha das Vadias e eu tive a minha segunda. Confesso que na primeira vez que ouvi falar do movimento, ainda no ano de 2011, agi de forma preconceituosa e não entendi qual era o seu real propósito. Por sorte fui desconstruindo os preconceitos e o machismo que existia de dentro de mim (é triste pensar que nascemos e somos criadxs em famílias que, na maioria das vezes, são machistas e nos impõe valores tão ultrapassados e preconceituosos) e, em 2012, participei da minha primeira Marcha das Vadias. Naquele ano eu não achava palavras para descrever o que eu estava sentindo, hoje eu sei que me senti encantada, naquela marcha, vendo tantas pessoas diferentes, vendo tantos rostos revoltados, cansados de tanta violência, de tanta opressão, vendo corpos nus - corpos como o meu, como o seu, corpos que são apenas corpos, que não são objetos sexuais, que não são ofensas, nem indecências - eu percebi qual era a importância da marcha, a importância de se indignar e de protestar contra o patriarcado, que desde a sua origem mata e oprime as mulheres. Eu percebi qual era o significado e a importância de ser feminista!

Créditos: Maringas Maciel

Nesse ano eu também fiquei encantada, fiquei feliz por ver que a cada dia mais pessoas aderam ao movimento, mais sujeitos se indignam com os moldes e os valores impostos por nossa sociedade e vão para a rua protestar. Posso dizer, sem nenhuma dúvida, que a marcha desse ano serviu para me empoderar, se no ano passado eu fiquei encantada, nesse ano eu saí da marcha empoderada. Terminei a marcha mais revoltada do que quando comecei, revoltada com o preconceito, revoltada com os números de mortes, de estupros e de violência contra a mulher e contra as pessoas LGBTQ, em Curitiba, no Paraná e no Brasil, revoltada com a discriminação e a violência sofrida pelas mulheres negras, pelas mulheres pobres, revoltada com uma sociedade que ainda acredita que a mulher deve ser submissa ao homem... mas essa revolta é válida e necessária, a marcha nos faz abrir os olhos, nos faz ver além daquilo que a mídia mostra, nos faz questionar e nos deixa muito, muito revoltadxs!

Créditos: Maringas Maciel

Assim como a revolta, a marcha também me fez ir para a casa com outro sentimento: a esperança. Ver tanta gente reunida, mulheres, homens, gays, lésbicas, bis, trans*, novxs, velhxs, crianças... me fez ter muita esperança. Esperança de que as coisas vão mudar e de que um dia viveremos numa sociedade onde ninguém é oprimido ou julgado pelo que é, pelo que veste, pelo seu trabalho, pela sua cor, por suas escolhas, uma sociedade onde as famílias vão criar seus filhxs com valores feministas, valores que pregam a liberdade, a igualdade, a não submissão, uma sociedade onde as mulheres terão total autonomia sobre os seus corpos, onde poderão dizer não ou sim e serem respeitadas por suas escolhas, uma sociedade que não hipersexualiza  o corpo feminino e nem condena a liberdade sexual da mulher, uma sociedade onde o aborto é legalizado, onde as mulheres poderão escolher se e quando terão filhos, uma sociedade que não reprime homens que choram, homens que demonstram seus sentimentos, uma sociedade que não define cores, nem brinquedos para as suas crianças, uma sociedade livre, uma sociedade igualitária, uma sociedade feminista!

Créditos: Andréia Baia Prestes

Essa luta é de todxs nós e de todos os dias! Ela não para na marcha, nem nos cartazes... essa luta tem que ser levada para dentro de nossas casas, para as escolas, os locais de trabalho, essa luta tem que fazer parte das pequenas atitudes do nosso dia-a-dia, ESSA LUTA NÃO PARA!

Por isso hoje, mais do que nunca, eu grito: EU SOU VADIA!

LEVANTAI-VOS!

Créditos: Fabiana Caldart


Todas as bichas, bicinhas, bichonas. As mariconas, as afeminadas, as passivonas, as excêntricas, as marginais, as depravadas, as despudoradas. As opositoras do heterocapitalismo, as contestadoras da heteronormatividade, as humilhadas, as violentadas, as escarradas.
Todas!
Levantai-vos, todas!

Todas as fanchas, monocós, caminhoneiras, sapatonas... As mulheres negras, pardas, amarelas, cor-de-rosa. As vadias, as putas, as prostitutas. As biscates, mulheres da rua, as nuas. Todas as estranhas, as subversivas, as corrompidas, cuspidas... Todas as enxotadas, enxovalhadas, as perseguidas.
Todas!
Levantai-vos, todas!

Todas as macho-fêmeas, travestis, drag queens, drag kings, crossdressers, transgêneros, intersex. As ambíguas, as dúbias, as confusas. Transhomens, transmulheres, transviadas, desviadas, desconfiadas, viadas. As desfamiliarizadas, as estrangeiras, as contra-identitárias, as etéreas.
Todas!
Levantai-vos, todas!

Todos os corpos estranhos, desfigurados, amputados, não conformados, não capturados. Os corpos sujos, peludos, alterados, marcados, protéticos, mancos, coxos... Os corpos dobráveis, contornáveis, dissidentes. Os corpos rasgados, perfurados, modificados. Os corpos-muleta, os corpos-cadeira, os corpos-dildo, os corpos tortos. Corpos gordos, assimétricos, desalinhados, desequilibrados.
Todas!
Levantai-vos, todas!

Prazeres imundos, dismorfes, desterritorializados, híbridos, contra-sexuais. Prazeres sintéticos, inorgânicos, inventados. Prazeres líquidos, fluidos. Prazeres abjetos, rotos, negados. Prazeres imprevisíveis, não assimilados, invisíveis.
Todas!
Levantai-vos, todas!

Hereges, pecadores, profanos, bruxas, traidoras da norma, monstros e dragões, ciborgues e mutantes, centauros e duendes, borboletas e lagartas. As dessacralizadoras do cu, as desmistificadoras do cis, as subvertidas, as invertidas, as incontidas, as invadidas.
Todas!
Essas vidas todas! Vivíveis!
Levantai-vos!


Texto de Jamil Cabral Sierra 









domingo, 30 de junho de 2013

ANDRESSEN, Sophia de Mello Breyner


Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.


domingo, 23 de junho de 2013

"Acordou" para o quê?

Senti necessidade de deixar minhas impressões sobre as manifestações dos últimos dias. Gostaria de deixar claro alguns pontos:

Não participei de nenhuma manifestação, formei minha opinião através das conversar que tive, com quem participou, das coisas que li, das coisas que vi na TV, dos posts no Facebook, Tumblr, Twitter e afins (principalmente dos dizeres dos cartazes).

Meu posicionamento político é de esquerda, sempre foi e creio que sempre será. Ele estará impresso nesse texto, porque ninguém consegue ser neutro ao ponto de não imprimir o seu ponto de vista naquilo que fala ou escreve.

Tendo isso claro, vamos ao meu ponto de vista:

Fiquei sabendo das manifestações por uma notícia que vi no Twitter, naquele momento elas aconteciam apenas em São Paulo e tinham como intuito protestar contra o aumento da passagem de ônibus. Vi que o MPL estava no comando e achei bacana a atitude dos paulistanos. O primeiro fato que me marcou foi a atitude da polícia que, naquele momento, agiu de forma violenta e repressiva contra os manifestantes, que até o momento não tinham cometido nenhum ato de vandalismo.

A atitude da PM de São Paulo me deixou chocada, não apenas eu, mas milhares de brasileiros. O resultado disso foi que no outro dia já estavam organizando manifestações no Brasil todo, através do Facebook. Fiquei muito interessada, mas não pude ir porque tinha uma prova na faculdade. Para mim, naquele momento, tinha ficado claro que: em São Paulo se protestava contra o aumento da passagem e contra a violência cometida pelos policiais e que no resto do Brasil também se protestava contra essa violência, em apoio aos manifestantes de São Paulo.

Tinha certeza que era isso, mas parece que não foi bem assim...

As pessoas foram as ruas com todas as revindicações possíveis: contra a corrupção, a favor da saúde, da educação, contra a Dilma (primeira coisa que me assustou), contra a Copa, contra a PEC 37, a favor da redução da maioridade penal (segunda coisa que me assustou), pelo fim do funk (sim, vi isso num cartaz e por mais que a pessoa pudesse estar zoando, para mim um protesto não é brincadeira), dentre outras revindicações que iam do mais superficial ao mais bizarro.

Quando comecei a ver as fotos dos manifestantes e, principalmente, dos cartazes, percebi qual era o perfil dos manifestantes: jovens da classe média. Brinquei com meu colega Brenno que esse era o protesto mais "Classe Média Sofre" que eu já tinha visto (vide cartaz abaixo). Mas mesmo assim não dei muita importância, não posso negar que pessoas conservadoras tem todo o direito de se manifestarem contra o que quiserem.


Até aí ok, já estava me posicionando contra as manifestações, mas ainda acreditava que poderia estar enganada. Eis que iniciaram os atos de vandalismo e a política, novamente, foi em cima dos manifestantes. Isso me deixou novamente indignada e me colocou de volta em cima do muro. Que tipo de protesto era aquele? Esperei mais notícias e informações para voltar a me posicionar... a mídia estava claramente ao lado dos policiais, criticando e generalizando o vandalismo. Já esperava por isso, nunca que a mídia ficaria a favor disso e lógico que ela iria generalizar, não é? Parece que não foi bem assim... 

Os dias seguiram e os protestos continuaram e com eles o vandalismo. Como todos sabemos, o valor da passagem de São Paulo foi reduzido e o de muitas outras cidades também. Mesmo assim, os protestos não terminaram... quais eram os motivos, quais eram as revindicações agora? Juro para vocês que não estava entendendo... sempre achei que pedir por mais educação, saúde e contra a corrupção é muito razoável, todo mundo quer uma educação e uma saúde melhor e todo mundo quer um mundo sem corrupção, acredito que não seja necessário sair as ruas para dizer isso. Para mim protestos sempre tiveram foco e pautas definidas: é para gritar contra o aumento da passagem? Ok! É para gritar contra o Estatuto do Nascituro? Ok! São assuntos definidos e que podem ser alcançados em curto prazo. 

As pessoas continuaram indo as ruas, continuaram com seus temas superficiais. Criaram hashtags como #OGiganteAcordou e o #OPovoAcordou, tags e afirmações que, na minha opinião, desprezam as lutas nos movimentos feministas, LGBT, de negros, MST, ambientais, sindicais, entre outros, que sempre estiveram nas ruas protestando e tentando fazer um país melhor. As manifestações não levaram em conta todos esses movimentos e negaram a presença dos partidos políticos, inclusive os de esquerda, que sempre estiveram presentes nessas lutas. Isso me deixou indignada, era a primeira vez que presenciava essa atitude em relação aos partidos. 


Mas, apesar de já estar muito estranho para mim, eu ainda não sabia o que estava por vir... A MÍDIA, aquela mídia que estava criticando e generalizando, a mesma mídia que falava que todos os manifestantes eram baderneiros, passou a apoiar o movimento (?). Da noite pro dia a baderna virou uma "linda manifestação dos jovens brasileiros, contra a corrupção". Isso me deixou muito mais encucada, mas serviu para perceber que o movimento tinha tomado um rumo conservador. O MPL deixou de convocar os manifestos, mas mesmo assim eles continuaram, quem estaria por trás disso agora? O Anonymous? Parece que o discurso do grupo também está cada vez mais conservador...  e a polícia, que antes estava agredindo os manifestantes, deixou de agir, até mesmo em alguns casos de vandalismo... 

Li muitos textos sobre as manifestações, textos de pessoas que tem a mesma visão que eu e isso serviu para embasar a minha opinião a respeito das manifestações. Não acredito que seja possível um golpe, nem militar, nem de Estado, o Brasil está muito visado internacionalmente e isso não seria bom para nossa imagem, até os conservadores sabem disso. Mesmo assim, não gosto do rumo que as manifestações tomaram... pode não haver um golpe, mas muitas pessoas estão sendo claramente manipuladas por um grupo que não tem cara e não tem nome, mas que conseguiu mudar o rumo e a ideologia das manifestações.

Depois de tudo isso, só me restam duas questões: Qual foi o Brasil que "acordou"? E para o que ele "acordou"?

Indicações:








sexta-feira, 7 de junho de 2013

"Bolsa Estupro" e a minha indignação!

A maioria de vocês já deve saber o que é a famosa "Bolsa Estupro", projeto que permite que as crianças, nascidas de mulheres vitimas de violência sexual, recebam pensão dos seus respectivos "pais" estupradores ou do Estado, caso esse não seja encontrado. (Para maiores informações: http://revistaepoca.globo.com/Brasil/noticia/2013/06/comissao-da-camara-aprova-projeto-que-garante-pensao-crianca-nascida-de-violencia-sexual.html)

Aí você pensa: que legal, esse é um projeto que vai garantir direitos a mulher! NÃO! Esse é um projeto que tira muitos direitos, entre eles o da liberdade e o da não discriminação, todos inscritos na Constituição Federal. Esse é um projeto que prevê o retrocesso, tanto nas questões relacionadas ao aborto, quanto a autonomia da mulher. Esse é um projeto que submete a mulher a ter uma gravidez indesejada, alegando que ela e a criança serão amparadas pelo poder público. 

Uma relação entre mãe e filh@ se constitui apenas de comida e dinheiro? NÃO! Essa relação deve ser constituída de amor, de carinho, de apego... nenhum desses sentimentos está presente, quando estamos falando de ESTUPRO! Qual é a lógica de obrigar uma mulher a carregar e parir uma criança que é fruto do MEDO, que é fruto da VIOLÊNCIA, que é fruto da VERGONHA (porque, infelizmente, mulheres que são estupradas ainda sentem vergonha por isso), para que carregar e parir uma criança que é e será o SÍMBOLO de toda violência sofrida pela mulher? Eu não entendo... isso chega a ser desumano!




Eu li um texto no Blog do Esmael (http://www.esmaelmorais.com.br/2013/06/bolsa-estupro-e-retorno-a-era-medieval-afirma-uniao-brasileira-de-mulheres/#comment-98045) muito bacana, falando sobre como os movimentos feministas estão se articulando a respeito desse projeto. Infelizmente eu caí na onda de responder um comentário (sempre evito isso, porque sei que os comentários normalmente não tem muito conteúdo) e lógico: acabei revoltada com eles, mas por um lado foi bom, fiquei com mais vontade de escrever aqui!

No post do Esmael eu vi homens comentando que as mulheres que criticam esse projeto são retardadas e que deveriam ficar contentes pela medida, pode isso produção? Eu me pergunto: se a mulher de um desses homens fosse estuprada, eles gostariam de criar o filho do estuprador? Se a filha de um deles fosse violentada, eles se sentiram bem sendo avôs do filho do estuprador? Certamente que não! Mas as pessoas nunca se colocam no lugar dos outros, nunca procuram entender como a vítima se sente. 

Outros comentários falam sobre a adoção, "a atitude simples e descomplicada de dar uma criança para adoção e o processo, mais simples ainda, de adoção dessa criança" (as vezes eu acho que essas pessoas não vivem no mesmo mundo que eu, vivem num mundo mágico e perfeito). Essas mesmas pessoas que falam "é só dar a criança para adoção, assim ela vai ter pais que amam ela", são as mesma que julgam as mulheres que tomam essa atitude. O processo de adoção não é tão simples, como muitos pensam, sem contar que os casais que procuram a adoção ainda seguem o padrão discriminatório: recém nascidos ou no máximo bebes, brancos e de olhos claros. As casas de acolhimento já estão cheias e cheias de crianças que não seguem esse perfil, crianças que serão "chutadas" da casa onde vivem, depois que fizerem 18 anos ou que tentarão fugir desses lugares para tentarem uma vida diferente nas ruas. Nós mesmos estamos criando nossos futuros bandidos, traficantes e prostitutas. Não por culpa deles, que foram colocados no mundo de qualquer maneira e não tiveram oportunidades na vida, mas culpa NOSSA, exclusivamente NOSSA

Sem contar que uma mulher que é submetida a uma gravidez dessas entra em depressão, em quase 100% dos casos e todo o sofrimento sentido pela mulher é passado para o bebe, desde a barriga da mãe e essas crianças acabam nascendo com transtornos mentais, com transtornos de conduta, entre outros, o que dificulta ainda mais o processo de adoção.

Nem entro em questão com os comentários religiosos que vi, cada um tem suas crenças, mas o Estado é LAICO ou pelo menos deveria ser. O Estado não segue religiões, o Estado não pode ser dominado por elas, as decisões referentes a DIREITOS CIVIS não podem ter embasamento religioso. Nem todos seguem a mesma religião, nem todos tem religião e nem todos acreditam em Deus, mas todos devem ter os mesmos direitos!

Nós vivemos num mundo com mais de 7 bilhões de pessoas, um mundo caótico e violento, que vai de mal a pior, pra quê trazer mais pessoas para o mundo, dessa maneira, apenas para sofrerem?

Sugestão de texto: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/01/descricao-horror-voce-sabe-e-um-estupro.html

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Inocentes ou reais?

Um dicionário, desenvolvido por crianças da Colômbia, com a ajuda de um professor, mostra quais são os significados que elas atribuem a determinadas palavras.

É lindo perceber a união entre a inocência e o real, pois as definições nada deixam a desejar dos significados verdadeiros das palavras. 

Algumas das palavras que foram explicadas pelas crianças:

Tranquilidade: "por exemplo quando seu pai diz que vai te bater e depois diz que não vai" (Yuli Henao, 10 anos).

Adulto: "pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma" (Andrés Felipe Bedoya, 8 anos).

Dinheiro: "coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos" (Ana María Noreña, 12 anos).

Inveja: "atirar pedras nos amigos" (Alejandro Tobón, 7 anos).

Violência: "parte ruim da paz" (Sara Martínez, 7 anos).





Como é belo e sincero o mundo, visto pelos olhos de uma criança... 

Como ele seria se tivéssemos a capacidade de ouvi-las e entende-las? Seria, no mínimo, diferente. 


Matéria completa: 
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130518_dicionario_criancas_colombia_aw_cc.shtml

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Vamos de bike?

Muito se fala sobre mobilidade urbana e meios de transporte ecologicamente corretos. Devido a tecnologia já temos ônibus movidos a energia elétrica e o famoso biodisel. Mas, no meio de toda essa onda de sustentabilidade, eis que nos deparamos com uma velha conhecida da humanidade: a bicicleta!

A bicicleta se caracteriza como meio de transporte ideal para quem deseja unir sustentabilidade a uma vida mais saudável. Além de não poluir o meio ambiente, andar de bicicleta é um dos exercícios físicos mais completos que existem. 

Mediante a esses fatores, gostaria de indicar projetos que incentivam e orientam quanto ao uso da bicicleta, como meio de transporte ou lazer, e apontam os benefícios que ela proporciona a vida das pessoas.

"Vá de Bike"http://vadebike.org/

O site "Vá de Bike" é um dos melhores e mais completos para quem procura informações para a utilização da bicicleta como meio de transporte. O site contém matérias sobre mobilidade urbana e assuntos relacionados a utilização da bicicleta como meio de transporte, além de informações sobre eventos e ações que acontecem em todo o país. 

"Bike Anjo"http://bikeanjo.com.br/

Esse é um projeto que ajuda aqueles que estão começando a utilizar a bicicleta como meio de transporte. Ao entrar em contato com o Bike Anjo, você pode solicitar um roteiro da sua casa até o seu trabalho, por exemplo, para saber qual o caminho mais fácil para ir de bicicleta. Além disso, o pessoal do Bike Anjo dá dicas de segurança e manutenção de bicicletas, para que você possa ter mais autonomia ao utilizá-la. O Bike Anjo também realiza trabalho presenciais, os voluntários do projeto ensinam pessoas a andar de bicicleta e auxiliam os ciclistas nos trajetos que desejam percorrer, dando dicas de trânsito e segurança. 

Em Curitiba, os voluntários do Bike Anjo se reúnem no último domingo de cada mês, das 8 às 16hs, na Praça Nossa Senhora de Salette, na Av. Cândido Abreu, para ensinar pessoas a andar de bicicleta e dar dicas e orientações para aqueles que já sabem.

Para finalizar, gostaria de deixar a sugestão do livro:


"Eu Amo Bike: 50 histórias de quem ama andar de bicicleta."


https://www.facebook.com/livroeuamobike/app_206803572685797


Ainda não li, mas pretendo fazer um post especial sobre ele, depois de lê-lo. Metade do dinheiro arrecado com as vendas será doado para projetos que incentivam o uso da bicicleta, como os que foram citados anteriormente. 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sim, esse é mais um dos vários textos sobre a redução da maioridade penal.

O assunto do momento? Os clamores, por uma parte da população (lê-se: classe média sofre), para a redução da maioridade penal. 

Sei que muitas pessoas tem falado e escrito sobre o assunto, não irei me estender muito, pretendo utilizar esse post para indicar alguns textos que li durante essa semana. 

Mas antes de mais nada, gostaria de expressar minha opinião sobre o tema. Num país como o nosso, com um sistema penitenciário precário, que enjaula seres humanos transformando-os em verdadeiros animais, quais seriam as vantagens de se reduzir a maioridade penal? Eu não consigo ver vantagens...

Adolescente cometem crimes? É claro que cometem! Não estamos aqui para desculpabilizá-los pelos crimes cometidos. Estamos aqui para pensar de que forma esses jovens responderão por seus delitos. As medidas punitivas já existem e são muito bem pensadas, apesar de muitas vezes não saírem do papel. A "prisão" da criança e do adolescente, em conflito com a lei, já acontece, apesar de ainda não estar totalmente de acordo com os dispositivos propostos no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA. 

As medidas socioeducativas já existem. Então, porque ao invés de protestarmos pela redução da maioridade penal, jogando nossas crianças e adolescentes em cadeias já lotadas, sem perspectiva de mudanças, não lutamos pela efetivação do ECA, que propõe medidas punitivas, mas com caráter educativo, que visam a reinserção dessas crianças e adolescentes na sociedade? Por que não cobramos dos nossos governantes um maior atenção à educação¹ e a todas as outras políticas públicas que garantem, ou deveriam garantir, uma vida digna à nossa população?

Quando vamos parar de lutar por medidas que remediam, ao invés de lutarmos por medidas que previnam?

Eis minhas grandes dúvidas...

1. Digo "uma maior atenção à educação", sem ter a visão fantasiosa de que a educação, sozinha, tem o poder para mudar nossa sociedade. Ela é importantíssima, lógico, mas não pode ser desvinculada de todas as outras políticas.

Para enriquecer o debate, indico:

"Pela ampliação da maioridade moral" - coluna da jornalista da Eliane Brum. 

http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2013/04/pela-ampliacao-da-maioridade-moral.html

"Olho por olho e todos ficaremos cegos" - post do Blog IDEIA NOSSA

http://ideianossa.blogspot.com.br/2013/04/olho-por-olho-e-todos-ficaremos-cegos.html

"Redução da maioridade penal, solução ou sentimento de solução? - post do Blog iaia

http://brennorodriguez.blogspot.com.br/2013/04/reducao-da-maioridade-penal-solucao-ou.html

domingo, 21 de abril de 2013

Mar, doce lar.


A estranha sensação de pertencer a um lugar que nunca foi meu. 

Primeiro!

Estou me sentindo uma ex virgem, já tive tantas redes sociais, mas nunca tive um Blog. Gosto de escrever, de expressar minha opinião, de falar sobre assuntos relevantes e banais. Apesar de ter gosto pela escrita, sinto que as vezes não me dou tão bem com ela, mesmo assim vou tentando... 

Me chamo Janaina (sem acento, por favor) e no momento tenho vinte anos. Estou no último ano do curso de Serviço Social e faço estágio na área da Previdência Social. Namoro, amo doces e Zé Ramalho. E sim, por mais que não pareça, eu tenho uma vida social! 

Pretendo usar esse espaço para falar de coisas relacionadas ao Serviço Social, Feminismo, Política, música, cinema, tatuagens, piercings, viagens, amor, sentimentos diversos e todos os outros assuntos que eu considerar relevantes ou simplesmente legais. Pode ser que eu use esse espaço para desabafar... se eu fizer isso, caro leitor, tire um print do meu desabafo e guarde como recordação, esse será um momento raro e poderá ser único. 

Ah, sim... pode ser que eu poste textos de outras pessoas. Sabe aquele texto que é tão bom, tão bom, que você vê necessidade de guardá-lo de alguma forma? Então... o Blog servirá para isso também - os créditos serão devidamente dados, não pretendo plagiar ninguém.


No mais, espero que gostem. Espero que alguém goste, espero que leiam, que alguém leia... EI! Volta aqui, eu te pago um lanche se você ler...