quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Amor ao próximo... mas que próximo?


Nunca tive uma experiência homoafetiva, sempre fiquei com homens e namoro o mesmo rapaz desde os meus 15 anos. Durante todo meu processo de descobrimento pessoal – que acredito ainda não ter terminado – não cheguei a sentir atração física ou emocional por uma mulher, apesar de considerar o corpo feminino uma das mais belas criações da natureza. No entanto - apesar da minha orientação sexual - por ser mulher, feminista e Assistente Social, considero como uma obrigação – pessoal - defender e lutar pelas causas LGBT*s e pela efetivação dos direitos dessas pessoas.

Há mais ou menos um mês a prefeitura de Curitiba divulgou o casamento coletivo que irá realizar na Arena da Baixada, estádio do clube de futebol Atlético Paranaense, informando que o evento contemplaria casais heterossexuais e homossexuais. Não com tanta rapidez, mas com o mesmo tom conservador de sempre, há cerca de uma semana, a bancada evangélica da Câmara Municipal de Curitiba manifestou seu descontentamento com a posição da prefeitura, solicitando que a imagem abaixo fosse retirada da página que a prefeitura possui no Facebook. Agora, esse mesmo grupo, quer se reunir com a prefeitura de Curitiba para questionar o casamento coletivo que será realizado na Arena, demonstrando sua insatisfação com a presença de casais homoafetivos. 

Imagem que causou alvoroço entre os evangélicos da Câmara Municipal

Minhas questões, depois de toda essa explanação, são: por que vereadoras e vereadores, que tem várias coisas importantes para se preocuparem, ocupam seu tempo preocupando-se com o amor alheio e restringindo os direitos de pessoas homossexuais? E porque essas mesmas pessoas, que deveriam legislar pelo coletivo, continuam fazendo política baseadas nas suas crenças e opiniões pessoais?

Normalmente as religiões pregam o amor ao próximo e a compaixão, mas isso também não deveria valer quando x próximx é diferente? Qual é a dificuldade de respeitar e de NÃO SE METER na vida dx outrx? E qual a dificuldade de existir, de fato, a separação entre estado e religião?

Nota do Jornal Metro do dia 08/10/2014.
A restrição de direitos e o discurso de ódio contra as pessoas LGBT*s só tem gerado mortes, agressões e sofrimentos. Quantas notícias estamos vendo ultimamente de gays, lésbicas, travestis e transexuais que são agredidxs e mortxs, crimes que são justificados por um deus – representado por uma religião – que diz pregar o amor, mas que responde o próprio amor com ódio! Como algumas pessoas podem considerar mais correto agredir outro ser humano do que ver duas mulheres ou dois homens se beijando? Por que o amor tem ofendido tanto e o ódio tem sido tão banalizado?

Se existem outros mundos, acredito ter caído no planeta errado...

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